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Sábado, Abril 20, 2024

Em Dia do Ambiente: Proteger as aves e os peixes na Figueira da Foz

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Programa de monitorização da aquacultura na Figueira da Foz concluiu que esta atividade gera “perturbações pouco significativas” nas comunidades de aves, mas propõe medidas para minimizar impactos, afirma o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Os resultados do programa de monitorização de sete explorações de aquacultura na Figueira da Foz, entre novembro de 2020 e dezembro de 2021, apontam para “um número relativamente pequeno de aves retidas, mortas ou feridas, nas redes de proteção dos tanques”, diz o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Em abril de 2021, a associação ambientalista MilVoz alegava que as redes das explorações de aquacultura na Figueira da Foz estavam a matar centenas de aves.

A monitorização levada a cabo pelo ICNF tinha como um dos objetivos perceber como é que as aves eram afetadas pelas redes de aquacultura, aplicadas para diminuir os prejuízos causados pela predação dos peixes.

“Embora tenham sido identificadas perturbações pouco significativas, o relatório final indica que há medidas que devem ser adotadas para mitigar ainda mais a possibilidade de ocorrências prejudiciais às aves”, referiu o ICNF, fazendo alusão às conclusões apresentadas na terça-feira, numa sessão pública na Figueira da Foz.

O relatório contabiliza 27 cadáveres e quatro aves feridas, assim como quatro outros eventos em que as aves foram retiradas das redes sem qualquer lesão.

“A malha da rede de nylon utilizada nos tanques das explorações dos estabelecimentos das aquaculturas monitorizados explica cerca de 67% do número de registos de aves mortas por exploração, ou seja, indicia que quanto menor for a densidade da rede (malha da rede) utilizada para proteger os tanques da ação predatória das aves menor é a tendência para ocorrerem acidentes fatais na exploração”, constatou o ICNF.

A comunidade de aves do estuário do Mondego e costa da Figueira da Foz “integra um total de 181 espécies, das quais 35 são espécies marinhas, e 72 espécies limícolas”, referiu o relatório, salientando a presença de 36 espécies de estatuto nacional de muito ameaçadas, em perigo e criticamente em perigo.

As explorações monitorizadas apostam no crescimento e engorda de douradas, robalos, enguia e linguado, entre outra espécies.

As observações indiciam que, na área das explorações há uma maior apetência para oferecer oportunidade de habitat para aves que têm hábitos oportunistas, como é o caso do corvo-marinho, do guincho, da gaivota-argêntea e de outras gaivotas.

Mas na área das explorações, observaram-se ainda espécies “como a andorinha-do-mar-anã, tartaranhão-dos-pauis, águia-pesqueira, entre outras, que têm estatuto de conservação desfavorável segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal”, notou o ICNF.

Apesar do número de ocorrências “aparentar uma perturbação pouco significativa”, o ICNF salienta que, estando em causa espécies com estatuto desfavorável, as ocorrências acabam por “constituir uma perturbação considerada significativa”.

Nesse sentido, o ICNF aponta para a necessidade de implementar medidas que minimizem os impactos das redes, nomeadamente o acompanhamento das explorações, a tipologia e dimensões das redes de proteção, bem como a sensibilização das explorações de aquaculturas.

“O ICNF irá manter o acompanhamento permanente e a monitorização destas áreas, bem como proceder à sensibilização e formação dos gestores das explorações de aquaculturas”, concluiu a entidade.

FOTO: CM Figueira da Foz

 

 

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