Foi bonita a Festa, pá! – Opinião – Silvina Queiroz

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Texto de Opinião

Silvina Queiroz

Foi bonita a Festa, pá!

Lembrando Chico Buarque de Holanda, esse cantautor magnífico, venho falar do passado fim de semana. Três dias sempre cumpridos no primeiro fim de semana completo de Setembro, quando explode em cor, som e alegria o maior acontecimento político-cultural do País e sem paralelo, à mesma escalada, em toda a Europa, pelo menos. Refiro-me, naturalmente, à Festa do Avante, jornal órgão oficial do PCP. Esta 46ª edição só diferiu das demais para melhor. Cada ano, algo novo surge, se aperfeiçoam detalhes, se investe nos equipamentos e comodidades. Como vem sendo hábito, a comunicação social, que dá relevo a tudo “e mais um par de botas”, praticamente não “soube” da Festa. Não “soube” e não deu a saber, pois este é o seu constante objectivo: apagar o PCP e as suas realizações. Com mentiras, trapaças e uns papagaios falantes a ajudar o sujo trabalhinho… Abstenho-me de citar os nomes mas as criaturas andam pelos jornais e principalmente pelos écrans a toda a hora!

Ir à Festa é o melhor do ano – aquele imenso espaço de boa disposição, solidariedade, liberdade, suplanta qualquer expectativa de quem visita pela primeira vez. Percorrer a Festa de lés a lés, (quem for capaz, ainda vou sendo), é visitar cada canto de Portugal e visitar o Mundo. Do Vietnam aos Açores, passando por Viana, Braga e voltando a subir até Moçambique e e… Para os “bons garfos” constitui uma experiência soberba, para os amantes de artesanato uma exuberante mostra. E a arte, a ciência (2022 é o Ano Internacional do Vidro mas nada se fala, ali “aconteceu”), e a música. Esta para todos os gostos e de todos os estilos. O concerto de abertura, homenageando Saramago no centenário do seu nascimento, foi inebriante, um espectáculo majestoso. Um pasquim deste País, país que merecia muito melhor do que o que tem, atreveu-se a apelidar a Festa de “Festival da vergonha”, juntando mais umas ordinarices reaccionárias para compor o ramalhete! Que ficou completo com uns traços vermelhos, a imitar sangue escorrendo!!! Numa ligação obscena do Partido à guerra que acontece na Europa, ceifando vidas a eito. No banco dos réus terão que se explicar das suas invectivas, pois que um dos artistas que visaram, “pregando-lhe” um Z no peito, já os processou. Força Adolfo!

Já sonho com a próxima Festa. De novo na Atalaia, espaço lindíssimo e pertença do PCP, outra coisa que faz muita comichão a alguma gentinha.

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