Os lucros da Navigator, empresa que tem unidades fabris no concelho da Figueira da Foz, mais do que duplicaram no 1.º trimestre do ano, em comparação com o período homólogo de 2021, chegando aos 50,6 milhões, segundo os resultados comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A empresa conseguiu atingir um volume de negócios de 492,2 milhões de euros, apesar do aumento dos custos com matérias-primas, nomeadamente os químicos, energia e logística.
No documento de divulgação dos resultados do 1.º trimestre do ano, a empresa sublinha que os aumentos de custos “não expressam ainda na totalidade os aumentos de preços já anunciados pelos fornecedores, dado que em parte refletem stocks ou contratos que transitaram de 2021”.
A empresa sublinha que a dinâmica do mercado de papel “foi condicionada por diversos fatores, no trimestre, desde logo pelo escalar da guerra na Europa, que condicionou os mercados com aumento de incerteza e receios de disrupção nas várias cadeias de abastecimento a montante e a jusante” da sua atividade.
Ainda assim, a Navigator conseguiu aumentar em 44,4 % as vendas totais relativamente ao período homólogo do ano passado. Dos 492,2 milhões de volume negócios, as vendas de papel representaram cerca de 67%, as de pasta 11%, as de tissue 9% e as vendas de energia 13%, explica o documento hoje divulgado.
Os resultados foram impulsionados “pela evolução favorável de preços”, refere a empresa, acrescentando: “a Navigator exportou 93% das suas vendas de UWF no primeiro trimestre, com apenas 7% das suas vendas realizadas no mercado nacional”.
No 1.º trimestre do ano a Navigator atingiu um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 122 milhões de euros e uma margem sobre vendas de 25% (mais quatro pontos percentuais face ao trimestre homólogo), “beneficiando do esforço de melhoria de eficiência e consumos, e da evolução favorável dos preços de venda estabelecidos nos mercados internacionais”, refere.
A empresa destaca ainda a “forte geração de Free Cash Flow” de 77 milhões de euros e a redução do endividamento líquido para 518 milhões.
“A operar em concorrência nos mercados internacionais, onde o preço é definido com base nas expectativas dos agentes e no balanço entre a oferta e a procura, é a resiliência e agilidade do modelo de negócio que suportam os bons resultados”, justifica a Navigator.
Segundo o documento hoje divulgado, “o volume de produção aumentou em todos os negócios face ao período homólogo”, com um crescimento de 12% no segmento de pasta, 5% no segmento de papel, 2% no segmento de Tissue e 3% no segmento de energia, “o que potenciou aumentos de eficiência no uso de várias matérias-primas”, adianta.
O volume de vendas de papel situou-se 17% abaixo do 4.º trimestre de 2021 e 3% abaixo do 1.º trimestre de 2021. Uma evolução negativa que a empresa fundamenta na “necessidade de reposição de stocks” e com as “dificuldades logísticas que se vinham já a sentir, acrescidas pelo constrangimento nos meios rodoviários desencadeado pela greve em Espanha no final do trimestre, e consequente migração de volume do modal rodoviário para o marítimo na Europa”.
No 1.º trimestre deste ano, as vendas de também caíram (menos 9% do que no 4.º trimestre do ano passado e menos 1% do que no período homólogo), o mesmo acontecendo ao volume de vendas de tissue, que caiu 6% em relação ao trimestre anterior e 4% face ao trimestre homólogo.