Aos 214 anos, a Associação Filarmónica União Verridense (AFUV) continua com motivos para sorrir. Este domingo, dia 19 de junho, celebrou-se a música, a cultura, o associativismo, o talento e a alegria do reencontro com o público no auditório da AFUV, em Verride.
Fundada a 13 de Junho do ano de 1808, é muito provavelmente a Filarmónica mais antiga de Portugal. Sempre se manteve em funcionamento, sem interrupções na sua atividade.
Numa época em que o país atravessava um período bastante crítico, em termos de dificuldades socioeconómicas, “um punhado” de Verridenses juntavam-se para fundar esta Associação que para além do ensino da música, assegurava também, sobre a forma de montepio, alguma protecção a pessoas mais carenciadas, nomeadamente a viúvas.
O seu primeiro acto oficial, teve lugar nas praias do Cabedelo, de Lavos, Figueira da Foz, recebendo as tropas inglesas que, comandadas pelo general Wellington, desembarcaram em 1 de Agosto do ano de 1808 e vinham em socorro das tropas portuguesas, combatendo as invasões francesas.
Este domingo, 19 de junho de 2022, foi com palavras de homenagem “a todos aqueles que ao longo destes 214 anos fizeram a AFUV crescer em dimensão e em qualidade”, que Juliana Guardado, presidente da direção da associação verridense, sublinhou: “A AFUV é, e sempre foi, uma associação de pessoas e para as pessoas”.
No decorrer da sessão solene que contou também com a intervenção de Leonardo Alves, presidente da Assembleia-geral da FIRA, a dirigente aludiu ainda às dificuldades que a pandemia veio colocar em evidência na vida associativa, tendo aproveitado o momento para fazer um apelo “ao Estado para que preste especial atenção à cultura, apoiando estas instituições na proporção do seu importantíssimo papel no desenvolvimento das comunidades locais”.
De igual modo, o presidente da União de Freguesias de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca, Nuno Valente, recordou os ensinamentos e os valores que adquiriu durante a sua passagem pela AFUV e, ao reiterar o apoio institucional, sublinhou: “Esta casa tem que ser sempre um pilar dentro na nossa comunidade”.
Por sua vez, o vice-presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, José Veríssimo, frisou: “É um orgulho para o concelho de Montemor-o-Velho ter uma das filarmónicas mais antigas do país ainda em atividade e que continua a representar a nossa cultura”.
Com palavras de agradecimento à AFUV, José Veríssimo, mostrou confiança no futuro e sublinhou: “São não pararam desde o início da pandemia, nada vos vai parar. Dou os parabéns também a esta jovem direção que é o futuro e a continuidade da AFUV”.
Durante a tarde foi também reconhecida a dedicação de músicos da AFUV – João Guardado e Mauro Pombo – 5 anos, Leonardo Alves e Maria Martins – 10 anos, Marlene Moreira e Débora Mena – 15 anos, e Rui Nobre – 25 anos.
O 214.º aniversário ficou também marcado por uma sentida homenagem a Raúl Cardoso, distinto músico natural de Verride, autor, por exemplo, da Marcha da GNR, intitulada “Pela lei e pela Grei”, ou do Hino dos 200 anos da AFUV. Ao agradecer a homenagem, referiu “Tenho imenso orgulho em ter nascido nesta terra”.
A tarde festiva ficou concluída com os concertos da Filarmónica Lyra Barcoucence 10 de Agosto e da AFUV.
No domingo, dia 26 de junho, as comemorações do 214.º aniversário terminam com uma arruada pelas ruas de Verride, às 10h00, e, às 15h30, o auditório da AFUV recebe o espetáculo “Olha que Duas!” – Revista à Portuguesa, protagonizado por Natalina José e Florbela Queiroz.
Fotos: Câmara Municipal de Montemor-o-Velho