A Ponte Edgar Cardoso, na Figueira da Foz, sobre o rio Mondego, vai estar condicionada ao trânsito a partir do final de Outubro e durante 21 meses, o prazo previsto para a empreitada de reabilitação e reforço daquela infraestrutura.
Segundo os representantes da Infraestruturas de Portugal (IP), que participaram esta quinta-feira numa sessão de esclarecimento no Auditório Municipal da Figueira da Foz, a partir do início dos trabalhos, previstos para o dia 31 de Outubro, o tráfego rodoviário vai ser reduzido a uma faixa em cada sentido até ao final da empreitada.
A partir de Fevereiro, de acordo com o gestor da Unidade de Conservação Operacional do Centro/Norte, Rafel Savedra, o trânsito será cortado no período nocturno, com excepção para os veículos de emergência, entre as 20h30 e as 6h30, excepto nas noites de sexta-feira para sábado e sábado para domingo.
A circulação pedonal, de bicicleta ou outros meios está impedido já a partir do início dos trabalhos e durante toda a obra.
Está previsto ainda a colocação de semáforos limitadores de velocidade para o trânsito que circular na ponte, de 1,4 quilómetros de extensão, e o corte alternado das duas faixas de rodagem, com circulação condicionada a uma via em cada sentido.
“A parte mais importante da obra será a substituição dos tirantes”, disse António Savedra, acrescentando que a intervenção inclui reforço das vigas do tabuleiro e do sistema de fixação do tabuleiro, reabilitação dos aparelhos de apoio, decapagem e pintura geral do tabuleiro metálico e trabalhos complementares de pavimentação, iluminação, drenagem, juntas de dilatação, reparação e proteção de superfícies de betão.
A Ponte da Figueira da Foz, como também é conhecida, projectada pelo professor Edgar Cardoso, foi a primeira ponte rodoviária com o tabuleiro ‘atirantado’ realizada em Portugal, tendo sido aberta ao tráfego em 1982.
Na sessão, que lotou o Auditório Municipal, os participantes mostraram-se preocupados com os acessos alternativos, que obrigam a entrar em auto-estrada, tendo o presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes, referido que uma das exigências do Município, do actual e anterior Executivo, é que a via alternativa (A17) para transpor o rio Mondego não seja portajada.
Respondendo a sugestões levantadas, o autarca adiantou que a Câmaraa está a trabalhar na questão dos parques alternativos e dos transportes rodoviários a partir do Parque Urbano.
“É lógico e natural, perante tudo o que foi dito e as preocupações que suscitam todas estas necessidades de transporte, vamos trabalhar mais com o Hospital Distrital para o eventual reforço dos meios de atendimento nos Centros de Saúde do lado norte para evitar deslocações para a outra margem”, acrescentou o presidente da Câmara.
A empreitada de reabilitação e reforço da Ponte Edgar Cardoso representa um investimento de 16,8 milhões de euros.
As intervenções preconizadas consistem essencialmente na substituição integral do sistema de tirantes da ponte por um sistema de nova geração, bem como a beneficiação geral da obra, nomeadamente:
– Proteção das superfícies de betão das torres
– Proteção anticorrosiva da estrutura metálica do tabuleiro da ponte
– Limpeza, decapagem e pintura dos guarda-corpos, incluindo reparação dos módulos danificados
– Substituição do revestimento existente nos passeios
– Substituição das juntas de dilatação
– Alteração do sistema de iluminação pública
– Limpeza, decapagem, metalização e pintura dos aparelhos de apoio metálicos, dispositivos de ancoragem do tabuleiro, desviadores e dispositivos antivibráticos do pré-esforço exterior e dos dispositivos dissipadores.
A Ponte da Figueira da Foz, projetada pelo Prof. Edgar Cardoso, foi a primeira ponte rodoviária com o tabuleiro atirantadorealizada em Portugal, tendo sido aberta ao tráfego em 1982.
Esta travessia sobre o Rio Mondego, também conhecida como Ponte da Figueira da Foz, tem um desenvolvimento total de 1421 metros, distribuídos por encontro esquerdo (25m), Viaduto da margem esquerda (630 m), Ponte (405 m), Viaduto da margem direita (315 m) e Encontro direito (46 m).
Trata-se de uma Ponte de Tirantes que está dividida em 3 tramos, possuindo os tramos extremos 90 m e o tramo central 225 m.
O tabuleiro, misto de aço e de betão, é suportado por duas torres auto-estáveis, dois pilares de transição e seis pares de tirantes em cada torre com continuidade sobre estas.