A greve abrange cerca de quatro mil trabalhadores de conserveiras localizadas em Matosinhos, Figueira da Foz, Peniche e Olhão.
Os trabalhadores das indústrias de conservas de peixe vão estar na segunda-feira em greve convocada pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT).
A coordenadora da FESAHT, Maria das Dores Gomes, diz que a greve visa reivindicar por aumentos salariais, que não houve em 2022.
“O seu salário [a rondar o salário mínimo nacional] tem de ser revisto, porque os trabalhadores trabalharam mais durante a pandemia para fazer face ao aumento do consumo e as empresas aumentaram as vendas”, justificou.
A coordenadora da FESAHT explicou que, durante este ano, as indústrias conserveiras rejeitaram a proposta de aumentos salariais, exigindo em contrapartida aos trabalhadores a cederem a aceitar o trabalho por turnos no Contrato Coletivo de Trabalho, o que foi recusado já que a maioria dos trabalhadores são mulheres.
Em comunicado, a FESAHT alertou que os salários no setor são “muito baixos” e os horários “instáveis e desregulados, não assegurando a conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar dos trabalhadores”.
Por falta de contratação de mais trabalhadores, em algumas unidades, “os ritmos de trabalho são cada vez mais intensos e põem em causa a saúde dos trabalhadores e a qualidade do serviço”.
No comunicado, é exigido a valorização geral dos salários na contratação coletiva, o combate à precariedade e a negação do aumento dos ritmos de trabalho e a desregulação de horários, com a redução do horário semanal de trabalho para as 35 horas