O reitor da Universidade de Coimbra (UC) disse hoje que a instituição vai instalar na Figueira da Foz um centro de investigação de alterações climáticas, em parceria com o município, que lançou o repto.
Discursando na inauguração do campus da UC na Figueira da Foz, que vai funcionar na Quinta das Olaias, o reitor Amílcar Falcão salientou que o papel da mais antiga universidade portuguesa é ir “para o território e desenvolver investigação que resolva problemas”.
O responsável afirmou que o campus universitário da Figueira da Foz, que resulta de uma parceria com aquele município do distrito de Coimbra, corresponde a uma presença da instituição na sua plenitude, embora com maior foco no mar e no ambiente.
“Teremos aqui [na Figueira da Foz] aquilo que a UC tem em Coimbra. Um pilar de ensino dividido em pré-graduado e pós-graduação, conferente de grau e não conferente de grau, investigação, inovação e disseminação de conhecimento”, além de cursos de verão, disse.
Salientando que a instituição não está “na Figueira da Foz para dar uns cursos”, o reitor garantiu uma presença “como devemos estar, de forma séria, a pensar num projeto a muitos anos e a perceber que há um momento de crescimento, de consolidação e, a partir daí, as coisas vão acontecer naturalmente”.
Até final deste ano letivo (2022/23), a oferta formativa inclui formações, cursos breves e pós-graduações, estando previsto que em 2025 tenha “um par de licenciaturas” associadas ao mar e ambiente.
Antes de 2025, Amílcar Falcão espera que seja possível haver mestrados e doutoramentos, cujo processo de criação “é mais rápido” em comparação com as licenciaturas.
A criação do campus da Figueira da Foz insere-se num projeto financiado com 16,5 milhões de euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito dos programas Impulso Jovens STEAM (estudantes de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e Incentivo Adultos.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz frisou que o objetivo do campus passa por “formar pessoas e contribuir para o desenvolvimento e progresso de uma terra e de uma região, permitindo a fixação dos jovens para estancar a sangria demográfica”.
“Este processo resulta de duas vontades que convergiram”, realçou Pedro Santana Lopes, salientando que ter um campus da UC não “é ter uma universidade é ter a Universidade de Coimbra, coisa que qualquer terra ou concelho deste país ou municípios de outros países gostariam de ter”.
Segundo o autarca, a Figueira da Foz quer ser conhecida pela “terra da água, de lagoas, de rio e mar, de praias e areais imensos, e uma terra de serra e de campos de agricultura, nomeadamente arroz”.
Imagem: Câmara Municipal da Figueira da Foz