O presidente da Câmara da Figueira da Foz considerou hoje lamentável e uma falta de respeito o encerramento da ponte Edgar Cardoso para obras no período noturno, sem a alternativa da portagem gratuita estar a funcionar.
“É lamentável porque foi prometido logo no mandato anterior pela Infraestruturas de Portugal (IP) e continuou a ser garantido depois de contactar com o primeiro-ministro e o ex-ministro Pedro Nuno Santos, que garantiram que a obra não começaria sem essa situação estar resolvida”, disse hoje à agência Lusa Pedro Santana Lopes.
A ponte sobre o rio Mondego, que une as duas margens do concelho, esteve encerrada na última noite, entre as 20:30 e as 06:00, e vai encerrar na noite de hoje, no mesmo período, mas dentro em breve vai passar a fechar diariamente no período noturno, com exceção dos fins de semana.
Pedro Santana Lopes, eleito pelo movimento Figueira a Primeira, falou em falta de respeito e de palavra, que não está a ser cumprida numa obra que é da responsabilidade do Governo, embora o município tenha em funcionamento um barco entre os dois lados do rio, articulado com transporte rodoviário, para minimizar os impactos.
Se não fosse por “questões de segurança” da infraestrutura, o autarca garantiu que a obra não começava [no período noturno] sem estar tudo resolvido, porque o município iria tomar outras atitudes.
“Bloqueávamos o início da obra porque, como disse anteriormente, em Lisboa seria impossível estarmos dois anos com a ponte 25 de Abril fechada à noite, houvesse o que houvesse”, enfatizou.
Para Santana Lopes, agora só há uma hipótese: “Ser devolvido às pessoas aquilo que estão a pagar” de portagens para atravessar o concelho de uma margem para a outra.
“Apelo às pessoas para que guardem os talões das portagens, porque há a obrigação moral e política e de respeito pela palavra dada de devolverem o dinheiro que seja pago antes de estar resolvido”, frisou.
O presidente da Câmara da Figueira salientou que a IP teve “tempo mais do que suficiente” para encontrar uma solução técnica para isentar os figueirenses de portagem na A17, entre os nós de Marinha das Ondas e da A14.
“Isto revolta-me muito, mas continuo com esperança e não tenho dúvida de que o senhor primeiro-ministro é uma pessoa de palavra”, disse Santana Lopes, referindo que diariamente envia mensagens ao primeiro-ministro para que seja percebida a “premência da situação”.
Devido às obras de requalificação e reforço, a Ponte Edgar Cardoso, sobre o rio Mondego, vai encerrar no período noturno dentro em breve, entre as 20:30 e as 06:30, com exceção para os veículos de emergência, e nas noites de sexta-feira para sábado e sábado para domingo.
As obras iniciadas no final de 2022, com um prazo de execução de 21 meses, representam um investimento de 16,8 milhões de euros.
A Ponte da Figueira da Foz, como também é conhecida, projetada pelo professor Edgar Cardoso, foi a primeira ponte rodoviária com o tabuleiro ‘atirantado’ realizada em Portugal, tendo sido aberta ao tráfego em 1982.
A parte mais importante da obra será a substituição dos tirantes, mas a intervenção inclui também o reforço das vigas do tabuleiro e do sistema de fixação do tabuleiro, reabilitação dos aparelhos de apoio, decapagem e pintura geral do tabuleiro metálico e trabalhos complementares de pavimentação, iluminação, drenagem, juntas de dilatação, reparação e proteção de superfícies de betão.