Até ao próximo dia 30 de novembro
Está patente ao público na Biblioteca Municipal de Cantanhede, durante todo o mês de novembro, a mostra Jornal BOA NOVA – 90 anos. Composta por dezassete painéis, a exposição apresenta conteúdos diversificados retirados de várias edições do Jornal BOA NOVA, assim como alguns exemplares antigos e objetos relacionados com a atividade tipográfica do jornal.
A mostra expõe um retrato autêntico do único periódico de expansão inter-regionalista de inspiração cristã de Cantanhede, proporcionando aos visitantes uma autêntica viagem histórica por diversos temas que marcaram as memórias das gentes do concelho e freguesias limítrofes. A chegada da eletricidade às localidades, a Guerra do Ultramar, a posição do órgão de comunicação social durante o período do Estado Novo e após a Revolução de 25 de Abril de 1974, são apenas parte dos temas apresentados, com destaque, ainda, para alguns momentos pessoais relacionados com a vivência de muitos habitantes do concelho.
A primeira edição do Jornal BOA NOVA saiu à rua em 28 de outubro de 1933, enquanto publicação paroquial da freguesia de Cadima, pela mão do padre Mário Oliveira de Brito, que foi seu diretor, editor e proprietário. permanecendo até aos dias de hoje, nascer e morrer outros periódicos locais.
Atualmente de periodicidade bimensal, o Jornal BOA NOVA está solidamente implantado na comunidade local e tem como diretor o padre João Pedro Silva, pároco de Cadima, Cantanhede, Outil, Portunhos, Sanguinheira e Tocha.
Ao longo dos seus 90 anos de existência, o BOA NOVA tem-se apresentado como um importante veículo comunicacional (muitas vezes o único), entre as gentes da Gândara, Bairrada e Baixo Mondego, porquanto são elas que, além de darem conta das vivências, das dificuldades e das legítimas aspirações das populações, dão sentido às suas maiores conquistas e às suas maiores realizações, através de narrativas que refletem bem a nossa realidade sociocultural.
De salientar, ainda, a importante presença do jornal nas comunidades emigradas, contribuindo, assim, para a preservação dos laços de afetividade que elas mantêm com a terra que os viu nascer, função que, mesmo com a generalização do uso das redes sociais, continua a representar muito para os que ganham a sua vida além-fronteiras, mas, também, para os seus familiares que cá vivem.