A população da Figueira da Foz foi surpreendida com um comunicado da CMFF anunciando uma alteração ao trânsito no Bairro Novo, a partir do próximo dia 3 de junho.
O Partido Socialista lamenta que tal decisão tenha sido anunciada sem qualquer justificação prévia para tal alteração e sem qualquer discussão ou informação aos interessados e aos vereadores em sede de reunião de câmara.
Procedimento a que este executivo já nos vem habituando ao longo do mandato, decisões unilaterais à revelia dos mais básicos princípios democráticos e – em alguns casos – até regimentais.
Mais uma vez, o ímpeto de mudar para deixar tudo na mesma correu mal. A reação dos interessados que se insurgiram contra esta alteração, tomada sem justificação ou qualquer prévia auscultação dos munícipes, levou a recuar na decisão.
E ainda mais surpreendidos ficámos com a lamentável e nada dignificante nota sobre a revogação da tal decisão de alteração do trânsito.
Entendemos que uma decisão desta dimensão, com consequências na vida quotidiana da população, tem de ser tomada com prévia autorização do principal responsável pela política do município, porque todas e quaisquer decisões dos vereadores são sempre delegadas pelo Presidente.
Para o Partido Socialista é claro que este recuo só se verificou porque a reação dos interessados não foi positiva.
Este lamentável episódio é a prova evidente do desnorte que reina na Câmara Municipal da Figueira da Foz. É caso para dizer que das duas uma, ou o Presidente já não tem confiança nos vereadores a quem deu delegação de competências ou, mais grave, já não consegue ter mão nas decisões tomadas e quando se apercebe das erradas decisões vem culpabilizar e desautorizar os vereadores dos vários pelouros a que deu delegação, quando é sua, e só sua, a responsabilidade final.
Lamentável é também o indício do esboroar da má gestão municipal a que temos vindo a assistir, com decisões avulsas, sem objetivos e sem uma estratégia de desenvolvimento sustentado que sirva o desiderato final que é, e só pode ser, o serviço aos munícipes. A permanente “dança das cadeiras” dos lugares dirigentes a que nos foi habituando é outro sintoma da falta de segurança de quem deveria liderar os destinos do município.
O Presidente deve esclarecer a população se afinal governa ou não, se os seus vereadores têm a sua confiança ou não, se afinal a Figueira da Foz está primeiro, como apregoa, ou se os seus interesses pessoais, como no passado, são a sua primazia.
A Figueira da Foz precisa de que quem está à frente dos seus destinos o faça de forma séria e a tempo inteiro.
Não precisa de comentadores, de virtuais candidatos a presidente de tudo e mais alguma coisa, de quem não está atento às decisões dos vereadores a quem atribuiu delegação de competências
Figueira da Foz, 31 de maio de 2024
O Secretariado da Concelhia da Figueira da Foz do Partido Socialista