Mais de 1.500 pessoas, maioritariamente alunos do Agrupamento de Escolas de Soure, participam este domingo, dia 29, numa recriação histórica que remete os visitantes para o ambiente do concelho no século XII.
Apoiada pela Câmara Municipal de Soure, a iniciativa “tem o formato de feira” e decorre no centro histórico da vila, envolvendo estudantes, professores e funcionários dos diferentes estabelecimentos de ensino, além de uma associação deste Município.
“É uma feira que vai ao encontro do perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória”, refere a directora do Agrupamento de Escolas Martinho Árias, Luísa Pereirinha.
Luísa Pereirinha salientou que a realização cultural, subordinada ao tema “Soure Templário no tempo de Martinho Árias”, visa reforçar os laços das escolas com a comunidade, evocando ao mesmo tempo o patrono do agrupamento.
Também conhecido por Martinho de Soure, onde viveu cerca de 20 anos, no período da Reconquista Cristã, promovendo importante obra social, económica e religiosa, o presbítero Martinho Árias foi um cónego da Sé de Coimbra.
Sofreu o martírio e morreu em 1145, em Córdoba, para onde foi levado após ter sido preso pelos muçulmanos, tendo sido canonizado pela Igreja Católica.
“Vamos partilhar com todos aquilo que fazemos. Esta é uma oportunidade de demonstrarmos que a escola é uma força viva”, salientou Luísa Pereirinha.
A responsável explicou que o projecto, no actual formato, avançou por “proposta de um professor de História entusiasta da Idade Média”, a que se juntaram outros docentes desta área, passando a envolver todo o agrupamento, que conta com o apoio da autarquia, presidida por Mário Jorge Nunes.
A pandemia da covid-19 impediu a sua estreia em 2020, como inicialmente estava previsto, e depois também em 2021.
A recriação, que decorre nos espaços adjacentes ao Castelo de Soure, começou na sexta-feira, decorreu sábado e termina este domingo. “Bailias e folguedos do povo”, casamentos, “aferição dos pesos e medidas pelo almoxarife”, pregões, comeres e beberes da dieta mediterrânica, leilão de cativos, saltimbancos, contadores de histórias, “sermão de Martinho Árias”, trovadores e peregrinos de Santiago de Compostela são algumas das teatralizações e momentos de inspiração medieval.