A classificação da ‘Sopa da Pedra de Almeirim’ como Especialidade Tradicional Garantida (ETG) foi publicada no Jornal Oficial da União Europeia (UE).
O produto resulta, segundo a publicação, de “um modo de produção, transformação ou composição que corresponde a uma prática tradicional para esse produto ou género alimentício”, confecionado em Almeirim, Santarém.
A origem do nome da sopa deve-se, oficialmente, “às suas características físicas, uma vez que se trata de um caldo grosso, castanho-avermelhado e com muitos ingredientes, alguém o comparou às pedras que formam o piso de muitas estradas que, ainda hoje, existem na zona histórica de Almeirim”.
No entanto, a sopa da pedra está também ligada à lenda de um monge que mendigou ingredientes para acrescentar a uma pedra com a qual dizia pretender fazer sopa.
Os ingredientes da ‘Sopa da Pedra de Almeirim’ são feijão catarino, batata, chispe e/ou faceira de porco, toucinho, chouriço, morcela e farinheira, cebola, alho, louro, azeite e/ou banha e coentros.
O prato começou a ser servido ao público em 1960 no restaurante O Toucinho.
O rótulo de Especialidade Tradicional Garantida (ETG) salienta os aspetos mais ligados às tradições, à forma como o produto é fabricado ou à sua composição, sem estar ligado a uma área geográfica específica.
Um produto registado como ETG fica protegido pela UE contra a falsificação e uma utilização indevida.
Maranho da Sertã classificado como produto de Indicação Geográfica Protegida na UE
Também o ‘Maranho da Sertã’, produzido no concelho da Sertã, Castelo Branco, foi classificado como produto de Indicação Geográfica Protegida (IGP), estando o registo publicado no Jornal Oficial da União Europeia (UE).
O ‘Maranho da Sertã’ – que integra os produtos à base de carne (aquecidos, salgados, fumados, etc.) – é um ensacado feito a partir da bandouga (estômago de ovinos e caprinos) e que apresenta a forma de um estômago (em saco ou em C).
A sua aparência exterior é rugosa, sendo visível a textura alveolar da bandouga e no interior, quando cortado, sua aparência é irregular, sobressaindo as cores das carnes e da hortelã por entre pedaços de arroz.
O ‘Maranho da Sertã’ apresenta um sabor onde se evidencia a hortelã e, como ingrediente predominante, a carne caprina e/ou ovina, aligeiradas pelo presunto e chouriço.
A área geográfica de produção, preparação e acondicionamento do ‘Maranho da Sertã’ está circunscrita ao concelho da Sertã, tendo o primeiro registo escrito do produto sido feito em 1858.
A IGP é uma classificação da UE que realça a relação entre a região geográfica delimitada e o nome do produto sempre que uma qualidade específica, a reputação ou outra característica se deve essencialmente à sua origem geográfica.