Durante o mês de outubro, o Município de Montemor-o-Velho tem patente ao público a exposição “Documento do mês – mandado de aquisição do relógio da torre do Castelo”. A mostra, repartida por três espaços municipais – Paços do Município, Arquivo Municipal e Biblioteca Municipal Afonso Duarte (BMAD) – dá a conhecer a máquina de relojoaria monumental de torre que foi adquirida pela Câmara Municipal em maio de 1952 e que, até 2011, deu as horas na torre do relógio do Castelo.
Atualmente, a peça integra o espólio museológico municipal e pode ser admirada no átrio de entrada da BMAD. No âmbito da exposição, é possível observar, entre outros, na BMAD e nos Paços do Município, fotografias e documentos relacionados com a sua instalação na torre do relógio no Castelo.
A mostra apresenta ainda, no Arquivo Municipal, o documento de aquisição, “mandado de despesa” e documentos anexos, datados de 1952.
Recorda-se que a máquina de relojoaria monumental de torre pertence à oficina do construtor José Pereira Cardina (1882-1953), foi adquirida e instalada pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, na torre do Castelo, em maio de 1952. O relógio custou 24.750 escudos e o mostrador, em pedra mármore, 1.250 escudos, tendo o custo total da sua instalação ascendido aos 32.870 escudos, representando, atualmente, um valor global de cerca de 161 euros.
Não se trata da máquina primitiva da torre do relógio, uma vez que já em 1851 era pago a José Thomé, encarregado de dar corda ao relógio do Castelo, a quantia de 2$136 réis de ordenado, de um trimestre.
O construtor José Pereira Cardina nasceu em Porto de Mós, em 1882, instalou a sua oficina na Nazaré e construiu o primeiro relógio de torre em finais da década de 1920. Ao longo da sua vida executou centenas de relógios, que estão espalhados por torres de Portugal continental, antigas províncias ultramarinas e Brasil. Faleceu em 1953 e a sua fábrica funcionou durante alguns anos, orientada por familiares, tendo encerrado por volta de 1960. No concelho de Montemor-o-Velho existiam mais dois relógios deste construtor, na Igreja Paroquial de Reveles e na Torre do Relógio de Tentúgal.
Devido ao seu avançado estado de degradação, foi retirado a 26 de janeiro de 2011 e restaurado em maio de 2012, constituindo hoje parte das coleções museológicas do Município.