O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, Emílio Torrão, pediu hoje ao Governo que apoie a economia do mar, que “trará mais desenvolvimento económico e qualidade de vida ao território”.
“Apelo ao Governo, aqui representado pelo senhor secretário de Estado [do Mar], para que não se limite a ver o mar através de iniciativas setoriais e fragmentadas, e, principalmente, para que apoiem a economia do mar. E insto a sociedade civil aqui presente a pôr os olhos no potencial e nas oportunidades que o mar nos oferece”, referiu.
Na sessão de abertura do seminário “Economia Azul, Presente e Futuro”, que decorre durante o dia de hoje no Auditório Municipal da Figueira da Foz, Emílio Torrão sublinhou que a economia azul é um elemento central da estratégia de desenvolvimento da região de Coimbra.
“Queremos promover o empreendedorismo, o emprego e a inovação, em particular na bioeconomia do mar. Com este objetivo em mente, e com o apoio do Governo, vamos criar um polo tecnológico e empresarial ligado ao mar, o ‘Hub Atlantic Coast’, que potencie a criação de valor no território, envolvendo entidades da área científica e tecnológica, assim como os agentes públicos e privados”, explicou.
Ao longo da sua intervenção, o também presidente da Câmara de Montemor-o-Velho destacou a importância de as empresas desta região usufruírem da investigação científica e da inovação criada nas universidades, para uma economia produtiva, que utilize o potencial do mar para gerar crescimento económico.
“Queremos criar oportunidades promissoras nas áreas da energia renovável de fonte ou localização oceânica, da aquicultura em mar aberto (offshore), da robótica, dos cabos submarinos e da bioeconomia azul, nomeadamente nos produtos para as indústrias têxtil, alimentar, farmacêutica e cosmética”, referiu.
O líder da CIM Região de Coimbra considerou que o mar é um dos mais importantes recursos naturais de Portugal, com um potencial económico que é uma certeza.
“Estou certo de que a valorização da importância estratégica do mar deve ser concretizada através de uma gestão sustentada das zonas marítimas, com o propósito de tirar pleno partido das suas potencialidades económicas, sociais e culturais, devendo esta ação pautar-se por uma política abrangente, integrada e de longo prazo”, disse.
Já o presidente do Município da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, aproveitou para aludir “ao esquecimento” em que a região vem caindo, ao longo de décadas, nas tomadas de decisões a partir da capital do país.
“Se corrermos a costa portuguesa, desde a capital até a Matosinhos, não temos uma marina como deve ser, para acostarem os navios, os barcos, as embarcações de recreio, outras. Porque é que ao longo de todo este trecho de costa não há uma em condições de receber navios de determinada dimensão?”, questionou.
A sessão de abertura do seminário “Economia Azul, Presente e Futuro” contou com a presença do secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, que se congratulou com o facto de a região de Coimbra estar concertada em torno da economia azul.
“Uma das primeiras notas para que haja algo bem-sucedido é que haja uma concertação institucional. Senti aqui que há um grande alinhamento estratégico em relação às questões do mar, do aproveitamento da economia azul, vendo o mar e todas as suas infraestruturas associadas como um fator de desenvolvimento do próprio território e isto é, de facto, importante”, concluiu.