Portugal vai reconverter para hidrogénio o troço de gasoduto Figueira da Foz-Celorico da Beira, com um investimento de 120 milhões de euros.
Segundo o ministro do Ambiente, em Portugal estão em causa as ligações de gás entre Figueira da Foz e Celorico da Beira e a de Monforte a Celorico da Beira, sendo que a primeira é a que tem, atualmente, um “potencial produtivo mais adiantado” e pode atrair “novos projetos de hidrogénio verde” além dos que estão já ali identificados.
De acordo com Duarte Cordeiro, na parte portuguesa estão já estudados pela REN o troço da Figueira da Foz a Celorico da Beira, com maior potencial e que terá um custo de reconversão a rondar os 120 milhões de euros, estando também prevista a reconversão da tubagem de Monforte a Celorico. Na parte espanhola, a rede reconvertida prosseguirá pelo Norte até à Catalunha.
Sines ficará, por enquanto, de parte, graças à melhor localização na rede da Figueira da Foz. E segundo o Ministério do Ambiente e Acção Climática, estão já previstos projectos para esta cidade.
Fazer passar hidrogénio por Celorico da Beira custará 470 milhões de euros
“Estas reconversões farão parte da candidatura [do H2MED a fundos europeus], da viabilidade económica deste corredor”, afirmou Duarte Cordeiro, que estimou o custo de adaptação da ligação entre a Figueira da Foz e Celorico da Beira em 120 milhões de euros.
O governante explicou que houve trabalho técnico desenvolvido nas últimas semanas para chegar aos detalhes agora apresentados em Alicante e que se segue agora um memorando de entendimento entre os operadores dos três países (no caso de Portugal, a REN) para concretizar o projeto e a candidatura, que tem de chegar a Bruxelas até 15 de dezembro.
De acordo com um um documento divulgado na sexta-feira em Alicante aos jornalistas, após o encontro de Costa, Sánchez e Macron, que contou também com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a ligação terrestre entre Celorico da Beira e Zamora, em Espanha (CelZa, com 248 quilómetros) está orçamentada em 350 milhões de euros.
Já a fatia de leão do investimento, os 2.500 milhões de euros anunciados pelo presidente do Governo espanhol, serão apenas para a ligação submarina entre Barcelona e Marselha (BarMar, de 455 quilómetros). Juntas, as duas ligações constituem o projeto H2Med, como foi batizado, que deverá estar operacional em 2030
O ministro congratulou-se por Ursula von der Leyen ter já “avaliado positivamente” o acordo alcançado para o H2MED, um projeto que está em linha com os objetivos europeus de descarbonização (redução das emissões poluentes) e o aumento da “segurança energética” da União Europeia, ou seja, menor dependência de países terceiros.
Segundo a informação agora conhecida, o H2MED terá capacidade para transportar 2 milhões de toneladas anuais de hidrogénio verde entre Barcelona e Marselha e 750 mil toneladas entre Celorico da Beira e Zamora.
Estas quantidades correspondem a 20% do consumo de hidrogénio verde (H2) estimado em toda a União Europeia em 2030, o que faria deste projeto o primeiro grande corredor europeu desta energia.
A União Europeia estabeleceu este ano como objetivo para 2030, para reduzir a utilização de gás, o consumo de 20 milhões de toneladas anuais de hidrogénio verde, sendo que 10 milhões deverão ser produzidas dentro do espaço europeu e 10 milhões importadas