O Presidente do Conselho de Administração da Cooperativa de Produtores de Peixe do Centro Litoral, CRL, Nuno Lé, faz o seguinte esclarecimento:
«As redes sociais são hoje um importante veículo de circulação de informação e a Centro Litoral OP, e os seus associados, não são alheios à evolução tecnológica, muito pelo contrário, colocam-na ao serviço do seu trabalho, do sector das pescas, da fileira do pescado e, em última análise, dos consumidores.
Contudo, nem toda a informação que circula nas redes sociais é fidedigna e alguma atenta, até, contra a seriedade com que homens e mulheres, pescadores, armadores, vendedores em banca e empresários da restauração, entre outros, executam diariamente o seu trabalho, e colocam em causa a honradez das empresas e das famílias.
A Centro Litoral OP vem, por isso, através deste comunicado, em defesa dos seus associados e de todos quantos contribuem para o sector das pescas, em toda a sua cadeia de valor, do mar até à sua mesa, garantir que ao contrário do que está a ser malevolamente partilhado em redes sociais, a sardinha, cuja safra começou há menos de uma semana, está a sair da lota com um preço por kg inferior a um euro.
Sabemos, todos, que após a saída da lota, o preço da sardinha tem de sofrer aumentos, é assim que a economia funciona: quem faz o transporte da sardinha, com os custos associados, assim como quem a vende, que assume igualmente as despesas da sua atividade, também tem de ter lucro. E todos os custos aumentaram: os juros dos empréstimos contraídos, os combustíveis, até a esferovite para as caixas de transporte.
Os próprios consumidores, estamos em crer, compreendem a situação em que estamos todos. Para usar um termo que, no nosso caso, se aplica especialmente bem, estamos todos no mesmo barco.
O que é inadmissível é que, para justificar o preço a que se pretende vender a sardinha, para lucrar um pouco mais, se minta em relação ao seu custo à saída da lota, imputando assim a responsabilidade das suas decisões comercais àqueles que, na maioria das vezes, são os que mais arriscam e menos lucram em toda a cadeia de valor, e que têm feito um esforço real para, sem naturalmente entrar em bancarrota, não sobrecarregar os portugueses nesta altura de crise económica.
Em nome da verdade, por quem trabalha e para que quem consome faça escolhas informadas, fica feito o esclarecimento».