Sabemos da guerra porque a bala guardada nos corpos mortos, mutilados, doentes, dos homens é cuidada por mulheres. Mulheres que redesenham o mapa dos estilhaços nos seus corpos, longe, mas íntimos, de outros combates. Mulheres que lutam com os pesadelos, com os silêncios e com as dores. Mulheres que clandestinamente pensam na morte e tragam os gomos de uma laranja, comendo um poema de vísceras e paz. “A Paz é a Paz” é sobre estas mulheres.
É um Teatro de Guerra que começou na vida da jornalista e poeta Maria João Carvalho para logo abraçar a Guerra Colonial, nos braços das suas madrinhas, e pensar na Ucrânia e na Palestina. A Guerra, afinal, é a Guerra. E para lá da ausência de frutos nas árvores, de cães e gatos nas ruas, para lá da ausência de pão e teto, acendem-se poemas como estrelas.
“A Paz é a Paz” é um espetáculo de rescrita de “A Paz”, de Aristófanes, afirmando-a como uma tragédia que coloca o público frente-a-frente, corpo-a-corpo, olhos-nos-olhos, entre o conflito e o poema, tateando a espessura da paz entre os escombros.
4 de maio |16h30
5 de maio |15h30
Entrada gratuita (mediante levantamento de ingresso na Bilheteira do CAE ou do Museu Municipal Santos Rocha).
Este espetáculo é uma parceria com o Teatro Nacional D. Maria II.