O presidente da Câmara Municipal de Tábua, Ricardo Cruz, apelou hoje ao Governo para adotar uma política de discriminação positiva em prol dos territórios do interior e de baixa densidade, implementando medidas que incentivem a fixação de empresas e residentes.
“É essencial que os governantes olhem para o nosso território com um enfoque diferenciado, considerando as especificidades dos munícipes e empresários destas regiões”, destacou o autarca.
Ricardo Cruz expressou descontentamento perante a rejeição de propostas que visavam promover investimentos no interior, especialmente nas áreas de mobilidade, acessibilidade e criação de emprego. “Foi com profundo lamento que acompanhei a votação do Orçamento do Estado na especialidade, que deixou de fora medidas cruciais para a valorização destes territórios”, criticou.
Entre as preocupações levantadas pelo presidente, está a ausência de avanços concretos na requalificação do Itinerário Complementar 6 (IC6), cujo projeto foi aprovado, mas sem garantia de execução.
Ricardo Cruz reiterou ainda a necessidade de criar incentivos fiscais específicos para empresas sediadas em zonas de baixa densidade, assim como de rever o modelo de financiamento autárquico. “O atual modelo de transferência de verbas do Estado para as autarquias é omisso e não inclui um pacote que promova a fixação de pessoas nestes territórios”, sublinhou.
O Orçamento do Estado para 2025, aprovado na última sexta-feira, contou com os votos favoráveis do PSD e do CDS-PP, a abstenção do PS e votos contra dos restantes partidos, mas, segundo o autarca, deixa os municípios do interior sem respostas concretas para os desafios que enfrentam.