O campus da Universidade de Coimbra na Figueira da Foz deverá ter “um par de licenciaturas” associadas ao mar e ambiente em 2025, afirmou o reitor Amílcar Falcão, que revelou pretender instalar mestrados e doutoramentos antes desse ano.
“A ideia é ter, pelo menos, um par de licenciaturas. Pela forma como estão feitos os processos, poderemos ter isso em 2025”, disse à agência Lusa o reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, que está a terminar o seu primeiro mandato.
As licenciaturas deverão estar ligadas ao mar e ambiente – as duas áreas que estarão em foco neste campus que será inaugurado na terça-feira -, referiu.
Antes de 2025, Amílcar Falcão espera que seja possível haver mestrados e doutoramentos no campus da Figueira da Foz, cujo processo de criação “é mais rápido” em comparação com as licenciaturas.
Segundo o reitor da UC, por agora serão assegurados cursos não conferentes de grau, assim como trabalho na área da investigação.
“O campus da Figueira da Foz é a nossa porta para o mar e essa será a área desenvolvida com mais força, juntamente com o ambiente”, frisou, referindo que o centro de investigação MARE, já há muito no terreno, “fará parte do projeto e não será uma peça à parte”.
“A parte de investigação vai já começar a ir para lá. Temos já projetos preparados para movimentar para lá, como a arqueologia marítima, a aquacultura, a questão do turismo, algas, e o Seapower [associação que junta a Universidade de Coimbra e várias empresas], entidade que criámos e que irá intervir na componente da construção naval e com ligação à área das pescas”, acrescentou.
Questionado pela Lusa sobre a ideia de uma região metropolitana de Coimbra – questão que já defendeu no passado -, Amílcar Falcão considerou que estão a ser dados passos nesse sentido, nomeadamente através da mobilidade, com o projeto de metrobus.
Para o reitor, é fundamental que a região trabalhe unida para não ficar “numa rota de atrofiamento” e Coimbra tem de se afirmar pelo exemplo.
“Não deve ir buscar a ideia de que merecemos e temos direito, mas sim fazer coisas diferentes e marcar pela diferença. É fundamental para a região de Coimbra que se acabem, de uma vez por todas, com as agendas pessoais”, disse.
Segundo Amílcar Falcão, “há demasiadas capelinhas” em Coimbra.
“Quando alguém se mexe, há logo uma fação contra e acho que esta capacidade autofágica traz algum subdesenvolvimento a Coimbra. Temos de ultrapassar a ideia de quando olhamos ao espelho acharmos que somos fantásticos. Se formos fantásticos, têm de ser os outros a reconhecer. Temos de trabalhar para sermos diferentes”, frisou.
Questionado sobre as relações da UC com outras instituições da cidade, Amílcar Falcão notou que está “sintonizado em tudo” com o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Já com a Câmara de Coimbra, apesar de sinalizar uma relação pessoal “excelente” com o atual presidente do município, “há muito trabalho para fazer” para a autarquia ter outra capacidade de resposta nos processos.
“Há um caminho muito longo a percorrer até termos o nível de relação desejável, que creio que tem a ver com questões internas da Câmara. Pelo menos, há vontade política para resolver essas questões”, afirmou.