A vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz acusou os vereadores do Partido Socialista de levantarem constantemente dúvidas sobre o contrato promessa de compra e venda do Cabo Mondego, que ainda não foi objeto de votação.
Anabela Tabaçó considerou, na sessão de Câmara de sexta-feira, que numa reunião realizada na terça-feira com os eleitos do PS para discutir a questão da compra do Cabo Mondego “não pareceu existir um clima de consenso para uma questão daquela natureza”.
Na resposta, os autarcas socialistas argumentam que foram colocadas questões técnicas “porque existem dúvidas”.
“É melhor esclarecer as dúvidas e depois avançar para a compra”, defendeu o eleito do PS Daniel Azenha.
A vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, que falava no período antes da ordem do dia da sessão de sexta-feira à tarde, entende que “foram levantadas questões que não são razoáveis”.
“Não considero razoável o que se passou naquela reunião”, disse a autarca, referindo que foram colocados temas “que só os coloca quem nunca fez contratos”.
Para Anabela Tabaçó, o PS anda a protelar a decisão e que quem representa o PS atual “não tem qualquer interesse no imóvel”.
A autarca recordou que o vereador socialista Carlos Monteiro, derrotado nas últimas eleições autárquicas, e que, entretanto, renunciou ao mandato, afirmou em sessão de Câmara que a aquisição do Cabo Mondego e o seu financiamento “estava assegurado pelo PS”.
“Não é isso que parece pela demora em reunir e pelo levantamento de reservas sobre o contrato”, sublinhou.
Salientando que os eleitos têm o direito de colocar questões e reservas, a socialista Diana Rodrigues insiste no esclarecimento de algumas questões, tendo entregado hoje um documento com seis perguntas ao presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes.
“Depois de esclarecidos, estaremos em condições de votar” a aquisição, argumentou a vereadora do PS, que pretende ser esclarecida, entre outras coisas, das garantias que a promitente vendedora dá à autarquia de que vai comprar o imóvel e terrenos do cabo Mondego à atual proprietária.
Os vereadores socialistas pretendem ver também esclarecido quais “as áreas que efetivamente vão ser transacionadas no âmbito do presente contrato” e, se em caso de incumprimento definitivo do contrato “imputável ao município, pode este ser obrigado a ressarcir a promitente vendedora do valor total despendido para a compra dos prédios à atual proprietária”.
O município da Figueira da Foz tem desde o ano passado um acordo para a aquisição de 76 hectares no Cabo Mondego, por 2,1 milhões de euros, que inclui antigas instalações fabris, uma pedreira e terrenos.
No entanto, a aquisição nunca chegou a ser votada pelo executivo, apesar de já ter estado agendada duas vezes, devido a dúvidas colocadas pelo PS.