Teve lugar este sábado, dia 13 de janeiro, pelas 15h30, no Auditório Madalena Biscaia Perdigão, a Apresentação Pública da 1.ª Edição do Prémio Municipal de Arquitetura José Isaías Cardoso e do livro “Um arquiteto, uma cidade: Isaías Cardoso na Figueira da Foz”, da autoria Susana Lobo e Alexandre Miguel.
A cerimónia, presida pelo presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, contou com a presença de familiares de José Isaías Cardoso, eleitos locais, do atual e do anterior Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Arquitetos (SRCOA), de dirigentes municipais e de público em geral.
Coube a Nogueira Santos, Presidente do Rotary Clube da Figueira da Foz, abrir o período de intervenções. O mesmo traçou o perfil rotário de Isaías Cardoso, um “homem exigente no fazer bem e um brilhante companheiro” de quem o Rotary se orgulha.
O arquiteto Carlos Figueiredo apresentou, de forma resumida, as normas do Prémio Municipal de Arquitetura José Isaías Cardoso – aprovadas na Reunião de Câmara de 8 de maio de 2023. O Prémio resulta da convergência de interesses entre o Município da Figueira da Foz, a SRCOA e o Rotary Clube da Figueira da Foz e tem como objetivo “promover os valores cívicos do cidadão José Isaías Cardoso, os seus valores profissionais e a sua importância na valorização patrimonial que trouxe à cidade da Figueira da Foz.”
Ao Prémio, de natureza pecuniária (cinco mil euro) e periodicidade bienal, podem candidatar-se arquitetos autores de obras “de construção e ou reabilitação e arranjos urbanísticos e de tratamento de espaços exteriores de uso público, tanto em relação à criação de novos espaços, como à recuperação ou reabilitação de espaços urbanos existentes”, que tenham sido concluídas no quadriénio anterior ao ano da edição (2020 a 2023 inclusive).
No entender de Carlos Figueiredo, que também apresentou a medalha a atribuir ao vencedor – uma “peça inovadora” que “lembra Isaías Cardoso para sempre”, é importante que o júri olhe para os projetos “com aquele rigor que o arquiteto Isaías Cardoso também olhava para os seus projetos”.
Por sua vez, Florindo Belo Marques, atual presidente da SRCOA, referiu-se a Isaías como um “arquiteto de excelência” e deixou o compromisso de continuar a preservar a sua obra “com empenho e entusiamo”, pois a “memória e revisitação do passado projeta também o futuro”.
Susana Lobo agradeceu em seu nome de Alexandre Miguel a distinção de terem sido escolhidos para concretizar a obra «Um arquiteto, uma cidade: Isaías Cardoso na Figueira da Foz».
A mesma apresentou a edição municipal que pretende assinalar o centenário de nascimento de um figueirense que se assume como figura incontornável da nossa história, que se encontra organizada em seis programas distintos e reúne os projetos considerados mais emblemáticos e indicativos das várias fases da criação arquitetónica de Isaías Cardoso,
O livro é “uma súmula de várias informações sobre Isaías Cardoso, as obras produzidas, espelhadas e projetadas no concelho da Figueira da Foz de mãos dadas com vários conteúdos, que não esquecem nem a “história”, nem o sempre indispensável enquadramento espacial e temporal da obra feita, trabalhadas a partir da documentação dos arquivos municipais e de documentos cedidos pela família e pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, com o intuito de congregar o melhor de um homem que deu e fez sempre o melhor para uma construção arquitetónica marcada pela diferença, harmonia e unicidade.”
Tiago Farinha que colaborou na obra, considerou Isaías Cardoso “um excelente construtor”. Já Matilde Cardoso, neta de Isaías Cardoso e também ela colaboradora na obra, salientou que “o livro saiu bem, bonito e certo” e é “uma amostra representativa da obra” de Isaías Cardoso, uma “prova para a nossa memória coletiva “.
O presidente da Câmara Municipal, Pedro Santana Lopes, saudou e felicitou todos pelas palavras proferidas e apresentações feitas “bonitas e úteis.
Para Santana Lopes: Trata-se de engrandecer a obra de um dos cidadãos mais destacados desta terra que merece todas estas provas de reconhecimento e todos estes contributos para perpetuação do seu legado”.
O presidente da edilidade figueirense deixou um desafio ao “Departamento de Cultura e a todos os que nele trabalham”: Que nos “projetos de investigação que estão em curso na cidade, o domínio da arquitetura e as áreas do saber a ela ligadas estejam efetivamente integradas naquilo que é portfólio com que a Figueira se apresenta neste mundo competitivo, em que a inovação, a investigação, a descoberta, o respeito pela história, mas também o abrir de novos horizontes desafia de modo particular.
Santana Lopes salientou também que a componente da arquitetura de “rasgar a cidade, rasgar o concelho”, de o desenvolver do modo mais homogéneo quanto possível o concelho é um enorme desafio.
Aludindo à obra de requalificação da Piscina Mar, Santana Lopes deixou a promessa de ouvir o Conselho Regional da Ordem antes de tomar qualquer decisão e a garantia de que o executivo procurará “trabalhar sempre com a preocupação de que ele [Isaías Cardoso], onde estiver, fique tranquilo e satisfeito depois de ver o que lá vai ser feito”.
“Deus tenha o arquiteto Isaías Cardoso consigo e que saibamos sempre honrar a sua memória, referiu Santana Lopes ao finalizar a sua intervenção.
(Fonte: CMFF)