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Quarta-feira, Novembro 20, 2024

Ficheiros Secretos: Um espetáculo de História, repleto de estórias

EU REPÓRTER?

Metereologia

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Difícil quando não se encontram palavras capazes de descrever com precisão e rigor aquilo que foi visto, ouvido e sentido, na noite do passado sábado, no Grande Auditório do CAE.

Cenário simples. Em palco, Luís Osório, só, acompanhado por um baú de histórias e memórias marcantes de gente e das gentes da nossa História.

Um notável texto sobre ser mãe deu mote ao início de uma abordagem que evocou Eugénio de Andrade, descrevendo episódios com o Arq. Siza Vieira e a pintora Armanda Passos; Eduardo Lourenço e o significado que atribuía à palavra felicidade; Ary dos Santos que viveu num eterno paradoxo- “enorme vontade de viver e enorme vontade de morrer”; Amália Rodrigues, “a mulher das pessoas e das rosas, a voz transcendente”; Carlos Paredes, “o homem que gostava genuinamente da vida, mesmo quando esta não lhe corria bem” e António Dias Lourenço, “o adulto com eternos olhos de criança”. José Saramago, José Pacheco Pereira, Arnaldo de Matos, Carmona Rodrigues, Francisco Louçã, Bagão Félix, Natália Correia, Helena Sacadura Cabral, João Salgueiro, D. Manuel Martins, Álvaro Cunhal, Mário Soares, Francisco de Sá Carneiro, Diogo Agostinho- presente na sala de espetáculos, e Cândido Costa, ao telefone, foram também “contados” e revisitados. Sim, o jornalista, comentador e escritor contou muito sobre estas suas/ nossas personagens reais. O público riu, emocionou-se, ouviu o que nunca ninguém havia ouvido: histórias únicas e verdadeiras de gente que é nossa.

Mas não ficou por aqui. Surpreendeu com a mensagem dirigida a Pedro Santana Lopes, atual Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, gravada minutos antes de Conceição Monteiro, a secretária, a militante nº 2 do Partido Social Democrata (PSD), o braço direito de Francisco de Sá Carneiro, ter entrado no bloco operatório: “O Pedro é como um filho, um filho de quem uma mãe só se pode sentir orgulhosa. É muito mais do que as pessoas pensam: é amigo do seu amigo. Quando deixei de ser útil, o Pedro nunca me deixou. Gostaria muito de aí estar. Estou presente com o meu espírito para vos mostrar que o Pedro é um filho, peço a Deus que o ajude”.

Pedro Santana Lopes, com voz embargada, agradeceu e enalteceu Conceição Monteiro, a par das palavras que, anteriormente, lhe foram dirigidas pelo próprio Luís: “O Pedro já foi tudo, permita-me que lhe diga: é o político mais parecido com Mário Soares, pelo carisma, pela capacidade de se recomporem a cada queda. O Pedro não é apenas uma grande personagem, é uma das principais personagens da democracia”.

E como a história não se faz apenas de gente conhecida: dois anónimos mereceram-lhe a sua e a nossa atenção- o jovem Abel, o último leproso em Portugal e o “Emplastro”, nome pelo qual ficou conhecido o Fernando José, aquele que tem “o dom da ubiquidade e a capacidade de gostar de todos, mesmo daqueles que o estão sempre a gozar.”

Falou também de si, da sua história pessoal enquanto filho: do seu pai, da sua mãe que amava cantar, mas que ele nunca ouviu cantar e da avó Joaquina, a quem sempre disse que amava e por quem sofreu por antecipação, cada vez que pensava que um dia não a teria consigo.

Uma noite rica de histórias reais, enriquecida com a notável presença musical da guitarrista Luísa Paredes, esposa do sempre saudoso Carlos Paredes, e da inconfundível voz de João Reis que encerrou o espetáculo, dizendo: “A vida é simples, nós é que a complicamos. Viver é jogar à cabra-cega, num labirinto de emoções onde o que é difícil não é a conquista, mas sim o mar quando este está alto”.

 

Fonte: CMFF

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