Texto de Opinião
António Carraco dos Reis
A Fonte e a Foz
Apesar dos quintais, que também os há, há o rio.
Esta casa, que existe, e tem um passado – uma fonte – tem como leito o “cumprir-se” numa aceitação da natural e constante mutabilidade e da severa e bela imposição do ciclo das coisas.
A assunção da responsabilidade sobre o nosso destino, o nosso estado, é tarefa necessária para evitarmos o atropelo da alienação e do ridículo. É essa, a primeira Foz, o final do primeiro exercício deste processo que todas as casas, que todos, devem aceitar: a mudança que devem trazer para si.
Ao perceber as passagens físicas que o retorno à Fonte implica, a força é a nossa companheira. Combatemos antigos vícios e atalhos ilusórios e redesenhemos um caminho que se aproxime de ser reto e justo. «O que está em cima é como o que está em baixo» – esta sugestão hologramática é um cais sólido que nos indica que esta nova Foz ruma a necessidade abrir diques, comportas, ruir muros – com todo o respeito que tenho pelos quintais, pelos animais e vegetais que as compõem.
Esta nova dinâmica dos textos de opinião cumpre esta reflexão. A comunicação é tanto mais forte e rica, quanto mais livre e participada for.
Uma nota breve sobre condicionamentos à Comunicação Social: a minha total solidariedade e respeito aos companheiros que trabalham pela informação, apesar dos quintais, ruídos e velhos odores que deles surgem.
É com a maior honra e gratidão que anunciamos a abertura desta “coluna”. Os cronistas que aqui participam são imagem de uma diversidade de sabedoria que nos deixa felizes. Nomes mais e menos conhecidos, registos mais e menos simples, temas mais e menos generalistas, surgirão nesta nova caminhada que hoje brota da Fonte. Com toda liberdade.