Texto de Opinião
Luís Pena
O problema moral dos políticos e os extremismos
Recentemente, li no Jornal “Público” uma interessante entrevista de Theodor Kallifatides, filósofo, nascido na Grécia e radicado na Suécia, que no seu livro “Outra vida para viver” tece duras críticas ao capitalismo do Séc. XXI e explica as razões que conduzem os eleitorados, perante uma crise, a preferirem virar-se para a extrema direita ou, em alguns casos, para a extrema esquerda.
Uma das razões que o pensador aponta para essa viragem dos eleitorados para os extremismos, é o “problema moral” do socialismo democrático e da social democracia que são regimes políticos “enfraquecidos por escândalos políticos, corrupção, etc”, sendo que os seus protagonistas (primeiros ministros, ministros e restante pessoal político), logo que abandonam os Governos entram para grandes empresas que antes tutelaram no exercício de funções.
A lista de ex-governantes é extensa…por cá e nos restantes países.
O que fazem estes governantes pelo povo e para o povo, para além de gerirem as suas carreiras pessoais, sendo “hoje primeiros ministros ou ministros, e amanhã presidentes de conselhos de administração de empresas públicas e/ou privadas”, ou presidentes do quer que seja?
Segundo o filósofo, é este o problema moral que induz os populismos extremistas (de direita ou de esquerda) a utilizarem como ninguém o chavão, a palavra fácil, a promessa e o sound bite que o povo gosta de ouvir e por isso acredita que é a única forma de combater o autismo dos políticos que estão na política, em tempo de crise económica, política, geopolítica e cultural, a gerir egoisticamente as suas carreiras, em vez de servirem esse mesmo povo.
Agora reflictam um pouco e vejam o que aconteceu com a recente trapalhada sobre a decisão do futuro aeroporto…
Onde ficou o superior interesse do País e do seu povo?