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Sexta-feira, Março 29, 2024

Rainha Isabel II: O mandato mais longo da rainha que não estava destinada

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A rainha Isabel II, que hoje morreu aos 96 anos após 70 anos do mais longo reinado da história do Reino Unido, chegou ao trono por um capricho do destino, mas ganhou o respeito consensual dos britânicos.

Isabel II morreu na sua residência de Balmoral, na Escócia, junto dos membros mais próximos da família real britânica.

Elizabeth Alexandra Mary Windsor nasceu em 21 de abril de 1926 na casa dos avós maternos, em Londres, e não estava destinada ao trono.

Porém, a história mudou de rumo quando o tio sem filhos, Eduardo VIII, abdicou em 1936 para se casar com Wallis Simpson, uma norte-americana divorciada duas vezes, pondo fim a uma calma vida familiar.

O irmão, e pai de Isabel, George VI, herdou o trono, abrindo o caminho da coroa à primogénita, que, no dia dos 21 anos, prometeu dedicar a vida “seja longa ou curta”, a servir o país.

Durante a Segunda Guerra Mundial, permaneceu sobretudo no castelo de Windsor, evitando os bombardeamentos de Londres, mas mais tarde serviu como voluntária no Serviço Territorial do Exército como motorista e mecânica.

Em 20 de novembro de 1947, Isabel casou-se com Filipe, um primo distante que renunciou aos títulos de príncipe da Grécia e da Dinamarca à carreira na Marinha Real britânica para se consagrar ao papel de príncipe consorte.

A cerimónia foi relativamente discreta devido aos tempos de crise após a guerra e a princesa teve que usar senhas de racionamento para pagar os tecidos do vestido.

O casal viveu em Malta entre 1949 e 1951, enquanto o príncipe Filipe cumpria uma comissão de serviço na Frota do Mediterrâneo.

Quando George VI morreu aos 56 anos, em 1952, Isabel tornou-se rainha com apenas 25 anos, então mãe de dois filhos, Carlos (nascido em 1948) e Ana (1950). Teve mais dois filhos já em funções, André (1960) e Eduardo (1964).

A cerimónia da coroação, na Abadia de Westminster em 02 de junho de 1953, foi transmitida pelo rádio em todo o mundo e, a pedido da rainha, pela primeira vez na televisão, atraindo uma audiência de milhões de pessoas.

Ao longo de sete décadas, a rainha visitou 132 países e cruzou-se com muitas figuras como o primeiro primeiro-ministro da Índia, Jawaharlal Nehru, imperador japonês Hirohito, o líder antiapartheid da África do Sul Nelson Mandela ou o primeiro presidente negro dos EUA, Barack Obama.

Em 09 de setembro de 2015, a rainha tornou-se a monarca há mais tempo em funções, superando a trisavó Vitória.

Ao mesmo tempo, viu encolher o extenso império britânico da era vitoriana, no qual se dizia que o sol nunca se punha, devido à descolonização, transferência de Hong Kong para a China em 1997 e fim de laços com a coroa britânica, como fez Barbados recentemente.

Apesar das crescentes pressões, conseguiu proteger a família real dos ataques aos privilégios herdados e tornou-se num pilar essencial de um país multiétnico cada vez mais fraturado por divisões políticas, sociais e até regionais.

Apesar do respeito consensual que conquistou, o reinado teve também muitos altos e baixos.

O conto de fadas que foi o casamento em 1981 do herdeiro Carlos com Diana azedou rapidamente, apesar do nascimento dos dois filhos William e Harry.

Em 1992 declarou “annus horribilis” o período marcado pelo desmoronamento dos casamentos de três dos filhos, Carlos, Ana e André, e o devastador incêndio no castelo de Windsor, uma das residências oficiais.

Em 1997, a rainha foi acusada de estar fora de sintonia com a população que chorou a morte de Diana num acidente de viação em Paris ao permanecer na propriedade rural na Escócia durante dias antes de regressar a Londres e agradecer pelas inúmeras flores e mensagens deixadas à porta do Palácio de Buckingham.

Porém, nas duas décadas seguintes conduziu uma reviravolta notável para a monarquia, ajudada por uma poderosa máquina de comunicação ativa não só nos tabloides mas também nas redes sociais.

A rainha cortou o orçamento do Palácio, e o casamento de William com a plebeia “Kate” (Catherine) Middleton ajudou a projetar a imagem de uma monarquia mais moderna.

A reputação que construiu nos últimos anos de devoção sóbria permitiu também distanciar-se das polémicas causadas pelo príncipe Harry e esposa Meghan e pelos escândalos protagonizados pelo príncipe André.

Durante os confinamentos da pandemia covid-19, interveio com comunicações públicas cujo tom conciliou a gravidade da situação com uma mensagem de esperança.

O sentido de abnegação ficou espelhado nas imagens das cerimónias fúnebres do marido, que morreu em abril de 2021 aos 99 anos, às quais assistiu afastada da família por causa das restrições em vigor.

Após o internamento no hospital por uma noite, no ano passado, ficou evidente o declínio na saúde da rainha e o Palácio reduziu a carga de trabalho da monarca nonagenária, com o príncipe Carlos e outros membros da família real a representá-la em visitas ao estrangeiro e outros compromissos públicos.

Ainda assim, aceitou participar num vídeo humorístico com o “Urso Paddington” para ser projetado durante as celebrações do Jubileu de Platina, em junho, e fez algumas aparições públicas na Escócia em junho.

Além dos quatro filhos, tem oito netos e 12 bisnetos.

No prefácio de uma biografia escrita pelo antigo ministro Douglas Hurd, o neto William resumiu a personalidade da soberana como uma pessoa “bondosa e com sentido de humor, um sentido inato de calma e visão e amor pela família”.

Isabel II morreu na sua residência de Balmoral, na Escócia, junto dos membros mais próximos da família real britânica.

 

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