4. Portugal, Europa, Cidadania Global – parte 2

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Texto de Opinião

Pr. Teo Cavaco

4. Portugal, Europa, Cidadania Global – parte 2

Iniciei aqui, no mês passado, um exercício que compõe quatro partes, relativo a um tema que me foi proposto, num contexto diverso, há alguns meses, não tendo estas linhas qualquer preocupação académica – procuram, tão-só, a ousadia de vos apresentar um contributo honesto e indutor de análise, reflexão e, se possível, de debate.

Assim, na primeira parte, de forma telegráfica, tentei, a partir de dez palavras, definir “O que é Portugal?”, a partir da Figueira – é resistência, é universal, é tempo, é individualidade, é descobertas, é mar, é azul, é ouro, é pedra, e é saudade.

Aqui chegados, permitam-me que vos proponha ensaiarmos uma resposta à questão seguinte:

O que é a Europa?

É o berço da cultura ocidental (primeiro na Grécia e depois com o Império romano – a Antiguidade Clássica), tendo desempenhado um papel preponderante no mundo, a partir do século XV, com os Descobrimentos, o Renascimento, a Reforma Protestante, o Iluminismo, as Revoluções Liberais, …, controlando as Américas, a maior parte da África, a Oceânia e grande parte da Ásia.

No século XX, as guerras mundiais foram em grande parte centradas na Europa, e por isso perdeu protagonismo, a partir de meados do século, para os Estados Unidos da América e para a União Soviética.

A vontade de evitar outra guerra acelerou o processo de integração europeia e levou à formação do Conselho Europeu e da União Europeia na Europa Ocidental, os quais, desde a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética, em 1991, têm vindo a expandir-se para o leste.

Hoje, há uma bandeira, uma moeda usada em boa parte dos países da União Europeia, o euro, e um Acordo, o de Schengen, que aboliu controlos de imigração fortes nas fronteiras dos países membros – e um hino, à Alegria, o do Conselho Europeu e da União Europeia.

E há, também, uma guerra, na Ucrânia, neste momento num ponto de inflexão em relação à sua primeira fase, tão incerto quanto perigoso, atendendo a que o seu provocador, Putin, alertou na última semana que “faria uso de todos os sistemas de armas disponíveis” para proteger a Rússia, na sequência de referendos, simulados e ilegais atendendo à lei internacional, em quatro áreas da Ucrânia, parcialmente ocupadas, as quais, assim, “entregaram um mandato para a sua rápida assimilação” ao que Moscovo chama de “território russo”.

E continua a não haver, nesta Europa, uma Constituição, continua a não haver um exército, pelo que urge encontrar um antídoto para a real e cada vez mais visível impotência perante os grandes obstáculos que a comunidade de Estados tem a superar em 5 grandes áreas, a saber: economia e crise de endividamento, refugiados, terrorismo, pós-Brexit e reordenamento político-administrativo da União.

Para a terceira parte ficam algumas brevíssimas considerações acerca da pergunta: “Pode Portugal existir sem a Europa e esta sem Portugal?

Até lá.

 

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