Publicado na edição de setembro de 2022 da Revista FOZ
Ser feliz na Figueira da Foz!
O tempo passa por nós.
E dela, da passagem, pouco nos damos conta.
Mas, na voracidade tão própria do tempo, alguns marcadores ficam.
No meu caso, a Figueira da Foz marca o meu tempo, o meu ciclo de vida, em diversas etapas.
A primeira, já lá vão mais de 40 anos. O surf iniciático no Cabedelo, depois muitas temporadas em Peniche, Ericeira, Costa da Caparica, Monte Clérigo, Arrifana. A Figueira da Foz fez-me descobrir o mar. E o meu país.
As férias em casa dos meus primos direitos e dos meus tios. O Possidónio. Verões de uma adolescência livre. Que boas recordações.
Lembro com a maior das saudades esses tempos. Sem nostalgia.
Uns bons anos depois, já era Pai, recordo-me de verões passados com os mesmos primos, com os filhos desses mesmos primos e com os meus filhos. Da bandeira vermelha. Das futeboladas nos campos ao início da praia, da alegria nas ruas, dos grupos de cubanos na praia a tocar e a dançar, da passadeira até perto do mar, coisas simples, mas que deram novo encanto à Praia e à Cidade. Tornou-se animada, mais animada, com bons espetáculos no CAE. Com uma agenda cultural cosmopolita.
Foram outros momentos felizes.
A minha história na Figueira da Foz é marcada por felicidade.
É uma cidade que representa para mim isso mesmo – felicidade. Na liberdade do mar, na área a bater nos pés (com o temível vento), os fins de tarde fantásticos, quando o vento se despedia, na suma alegria de rever nessa cidade tanta coisa boa, quando o Verão voltava.
E, curiosamente, a cidade teve e tem como Presidente da Câmara Municipal uma pessoa com quem tive a honra de trabalhar e que admiro. Que bom regresso se deu.
E teve um outro Presidente de Câmara, de quem me orgulho de ter sido família e amigo e de ter partilhado muitas horas de conversa. Um abraço ao João, que sempre adorou a terra dele.
Escrevo com emoção sobre a Figueira da Foz, com emoção boa, positiva, com o peito cheio.
Moro agora longe, igualmente perto do mar, mas tenho sempre no coração essa cidade.
A emoção embraga-nos a voz e também dificulta as palavras, a saída delas, o seu entrosamento. E assim, não consigo alongar-me.
Estou grato à Figueira da Foz, por me ter dado tanta felicidade. Recordo nela a minha adolescência e a infância dos meus filhos.
O que mais posso pedir’
Desejo que a Figueira da Foz, com todo o seu potencial, leve e suscite esta felicidade a muitas mais pessoas.
E que nos seus muitos anos de existência, que ultrapassam qualquer vida humana, nunca perca essa capacidade. De fazer as pessoas felizes.
A Praia Da Claridade foi para mim, e será sempre, a da Felicidade.
José Manuel Canavarro
Professor da Universidade de Coimbra