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Quinta-feira, Dezembro 12, 2024

BE questiona Governo sobre combate à erosão costeira na Figueira da Foz

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O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda quer saber por que razão a solução para os problemas de transposição sedimentar da foz do Mondego, na Figueira da Foz, foi adiada para 2030.

Numa pergunta dirigida ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, os deputados salientaram que, em agosto de 2021, o ‘bypass’ foi mais uma vez reconhecido como a solução necessária para os problemas da foz do Mondego, por um estudo encomendado pela Agência Portuguesa de Ambiente (APA).

“A implementação do sistema de ‘bypass’ chegou a estar prevista para 2024, porém, recentemente, a APA, numa sessão de esclarecimento promovida na Figueira da Foz a 15 de novembro, informou do adiamento do ‘bigshot’ de areia, para 2025, e do ‘bypass’, que passa a estar previsto apenas para 2030”, referiu o BE num documento também enviado à agência Lusa.

O BE realçou que a Figueira da Foz possui o maior areal urbano da Europa, com 110 hectares localizados entre o molhe norte do porto comercial e a vila piscatória de Buarcos, “o que contrasta com o desaparecimento dos areais das praias a sul, nomeadamente Cabedelo, Gala, Costa de Lavos e Leirosa, provocado pela erosão costeira”.

Na pergunta dirigida ao ministro Duarte Cordeiro, os bloquistas pretendem saber por que está previsto um passo intermédio de introdução de um ‘bigshot’ de areia no valor de 20 milhões de euros e não se avança prioritariamente para a instalação do ‘bypass’, com investimento inicial previsto de 18 milhões de euros”.

Questionaram ainda “como tenciona o Governo providenciar a correção dos valores de transposição sedimentar na foz do Mondego no imediato, bem como garantir a segurança de pessoas e bens nas praias do sul da Figueira da Foz afetadas pela erosão costeira, até à implementação de soluções mais permanentes”.

Salientando que este problema se arrasta há anos, agravando-se a cada dia que passa, o BE advertiu que a “urgência de uma solução é cada vez maior” e recordou que o movimento cívico SOS Cabedelo defende, desde 2011, uma resposta que passa pela implementação de um sistema fixo de transposição contínua de areias (‘bypass’) do norte da foz do Mondego para as praias a sul.

Na reunião de 15 de novembro, a APA disse que estava iminente uma intervenção, já prevista para maio, para a transferência de 100 mil metros cúbicos de areia na área costeira da Cova-Gala, para reforço do cordão dunar, que até agora não avançou.

O vice-presidente da APA, Pimenta Machado, adiantou ainda, na altura, que está prevista uma resposta de médio prazo, que consiste na construção de um “bigshot” que vai transferir 3,3 milhões de metros cúbicos de areia na praia a sul na Cova Gala e dentro do mar, num investimento estimado de 20 milhões de euros, cujo concurso público deverá ser lançado ainda em 2023, após a realização de um estudo de impacte ambiental que dura seis meses.

Como estratégia de longo prazo, o responsável apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões.

 

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