Entre 4 e 8 de Abril de 1973, Aveiro recebeu os opositores ao regime. Reuniram-se no cineteatro Avenida, mas foi na rua que se sentiu o peso da repressão, quando a polícia carregou sobre manifestantes pacíficos.
Era para ter sido uma romagem pacífica ao túmulo de Mário Sacramento, médico e escritor comunista que morrera em 1969, mas a intervenção da polícia de choque acabou por causar vários feridos e deixar em Aveiro a memória heroica do III Congresso da Oposição Democrática.
As esperanças da chamada Primavera Marcelista já tinham desaparecido e faltava um ano para o regime, que já fora de Oliveira Salazar e então era de Marcelo Caetano, ser derrubado pelos militares.
Passados 50 anos, a URAP organiza em Aveiro, no próximo dia 1 de Abril, uma comemoração de âmbito nacional do 50.º aniversário do 3.º Congresso da Oposição Democrática, acontecimento de importância na luta contra o fascismo português, que veio juntar-se à luta de todos os democratas portugueses contra a ditadura e constituiu um forte impulso para o 25 de Abril de 1974.
O 3.º Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro entre 4 e 8 de Abril de 1973, com a participação de 4 000 antifascistas, entre eles alguns figueirenses, contribuiu para a queda do regime fascista e colonialista que durante 48 anos governou Portugal e foi um factor de consciencialização para os oficiais das Forças Armadas.
Do programa das comemorações consta:
14h30 – Sessão evocativa, no Auditório do Centro de Cultura e Congressos de Aveiro
16h00 – Desfile e homenagem aos democratas de Aveiro..
Na Figueira da Foz está em constituição um Núcleo da URAP e os democratas figueirenses que se queiram deslocar-se a Aveiro para participar nas comemorações do III Congresso da oposição democrática em 1973, via autocarro, podem inscrever-se da seguinte maneira: entrando em contacto com Jorge Neves (966665984) ou Aprígio Barraca (967292457).
“Em 2023, lembrar e agradecer aos que combateram contra o fascismo é um dever e é lutar pela continuação da liberdade e da democracia!” – refere António Agostinho, pelo grupo constituinte do Núcleo da URAP – Figueira da Foz.