Onde estão? ONDE ESTIVERAM? – Opinião – Silvina Queiroz

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Texto de Opinião

Silvina Queiroz

Onde estão? ONDE ESTIVERAM?

DE 4 a 8 de Abril de 1973 realizava-se em Aveiro, no emblemático Cine Teatro Avenida, o 3ª Congresso da Oposição Democrática. Cumpriram-se recentemente 50 anos sobre esse acontecimento maior da história da resistência antifascista em Portugal. Dando o arranque para as celebrações do meio centenário do 25 de Abril de 74, a URAP levou a efeito, no Centro de Congressos de Aveiro, uma significativa evocação do 3º Congresso, precedido pela realização do 1º e 2º Congressos Republicanos. A URAP (União dos Resistentes Antifascistas de Portugal), é um organismo constituído por gente de todas as idades que apostam na vigilância activa contra o fascismo, (por aí a mostrar seus dentes afiados!) e a perpetuar as conquistas da Revolução libertadora.
Nesta evocação estiveram mais de oitocentas pessoas que encheram o auditório maior do Centro de Congressos. Intervieram personagens diversas, começando numa jovem trabalhadora, sindicalista e mãe e acabando na mensagem (lida) de António Neto Brandão, único sobrevivente dos nove que constituíram a Comissão Executiva do Congresso aqui recordado. De realçar a grande participação de jovens nesta iniciativa, provando que Abril tem futuro e que cabe aos mais novos a constante actualização dos valores da Revolução. Em 1973 o Congresso aconteceu por força de um conjunto de iniciativas levadas a cabo pelo movimento antifascista e com o Estado Novo, (podre de velho) a dar um ar de abertura face às persistentes pressões reivindicativas da oposição democrática. Ali estiveram centenas de pessoas, algumas da nossa terra e que no passado dia 1 voltaram a estar em Aveiro, apesar da sua idade já avançada e das naturais limitações e fragilidades. Ali estiveram também, bem discretos, mais de uma dezena de oficiais e cadetes das Forças Armadas e muitas das conclusões do documento final do Congresso ficaram plasmadas no Programa do MFA.
No final das intervenções desta memorável evocação, realizou-se uma romagem, aquela que há cinquenta anos o fascismo reprimiu e que não pôde acontecer. (Não resistiram a mostrar o seu ADN repressor e violento!)
A iniciativa de 1 de Abril que aqui lembro, foi coisa de somenos importância? Não! Foi um acontecimento notável. A certa altura ergueu-se

 

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