Decorreu no passado sábado a cerimónia de inauguração das obras de requalificação do Pátio de Santo António e de reabilitação do Cruzeiro da Figueira da Foz. O evento teve início com o descerramento de uma placa alusiva às obras do Cruzeiro, situado na Rua Heróis do Ultramar e classificado como de interesse público.
Erigido entre 1910 e 1912, o Cruzeiro presta homenagem às vítimas da terceira invasão napoleónica, sob o comando do General Massena, especialmente aqueles que sucumbiram ao tifóide. A intervenção procurou preservar este património histórico e valorizar a memória coletiva da cidade.
No Largo Silva Soares, realizou-se a inauguração oficial das obras de requalificação do Pátio de Santo António, num investimento de 385.745 euros, acrescido de IVA. Joaquim de Sousa, Provedor da Misericórdia Obra da Figueira (MOF), destacou a importância da intervenção, que restituiu ao Pátio o seu aspeto original de 1948, substituindo a abordagem Art Déco implementada posteriormente.
O Provedor fez questão de salientar que a obra é da responsabilidade da Câmara Municipal e agradeceu ao presidente Pedro Santana Lopes pela concretização do projeto, bem como pela aquisição do elevador exterior, previsto para ser instalado dentro de três meses, o qual beneficiará os serviços de saúde e a comunidade em geral. Joaquim de Sousa elogiou ainda o reatar da relação entre a MOF e a Câmara Municipal, considerando-a benéfica para ambas as partes.
Por sua vez, Pedro Santana Lopes destacou a importância desta requalificação para a identidade da cidade, referindo que “fazer cidade é também repor cidade”. O autarca sublinhou que a intervenção foi uma opção estética consciente, respeitando o património e a história local. Aludiu ainda a outros projetos estruturantes para a Figueira da Foz, como a construção da ponte da margem sul, a variante de Quiaios, as zonas industriais e o Campus da Universidade de Coimbra.
O presidente da Câmara expressou ainda a sua intenção de homenagear Joaquim de Sousa, apesar da sua conhecida aversão a tributos, e referiu a possibilidade de erigir um busto ou dar o seu nome a uma rua nas proximidades.
A cerimónia contou também com intervenções do presidente da Assembleia Municipal, José Duarte, e da presidente da Junta de Buarcos e São Julião, Rosa Batista. José Duarte enalteceu o trabalho de Joaquim de Sousa, enquanto Rosa Batista classificou o momento como “um marco histórico”, reforçando a importância do espaço requalificado para a cidade e para o seu património. A autarca destacou ainda a proximidade do local com o futuro polo da Universidade, acreditando que a requalificação ficará gravada na memória coletiva da cidade.
O evento assinalou, assim, a concretização de um projeto que resgata a história e a identidade da Figueira da Foz, promovendo a valorização do património local e o desenvolvimento urbano.